Quase quinhentos
anos depois, o grito de Wittenberg ainda ecoa pelos ares do mundo pós moderno,
e ecoará entre as mentes e os corações que se debruçarem em conhecer e viver os
desígnios de Deus, até que o SENHOR da igreja assim o determine.
A Reforma do
século XVI foi deflagrada sem a preocupação de apontar nomes e líderes, ou tão pouco
trazia a proposta de apresentar novidades doutrinárias, nem ainda criar uma
nova escritura, muito menos uma verdade diversa da escritura conhecida apenas
por alguns privilegiados.
Eram claros os
destroços eclesiásticos que maculavam a fé, em nome de uma religião cujo
interesse era obter o abraço do poder, pela manipulação de incautos fieis, onde
a fé era negociada, o conceito de pecado era distorcido e o perdão era
concedido de acordo com a expressão do poder
de cada um. E Se o resgate do pecado
era feito pelo pagamento de indulgências, que eram abertamente comercializadas,
onde ficaria a expiação de Cristo?
Haveria necessidade de tal sacrifício? A leitura que se poderia fazer era
de que cada vez mais, a igreja de então estava a distanciar-se da Palavra de
Deus
Diante de
tantas ocorrências claramente contrárias à Palavra, O Monge Martinho Lutero,
não tenho dúvidas, incomodado e fortalecido pelo Espírito de Deus, e com base
na Palavra, afixou na porta da catedral de Wittenberg ( Alemanha), em 31 de
outubro de 1517, 95 teses para que houvesse conhecimento e certamente discussão
publica do tema... Aquelas simples teses, com aparências de pequenas gotas,
avolumaram-se de tal forma, que antes se imaginasse deflagrou-se num movimento
de dimensões globais, de ondas gigantescas a cobrir a terra dos viventes, sem
retorno, e de conseqüências inimagináveis.
A Reforma
propunha-se a propagar a doutrina da justificação pela fé, já presente nas
escrituras, não era coisa nova (Gl. 3: 10 a 14).
Aquele
movimento do século XVI, que talvez para muitos seja considerado irrelevante, trouxe de volta a Autoridade da Palavra de
Deus, abrindo-a ao conhecimento de todos, como única regra de fé e prática do
povo de Deus. Resgatou a atenção da igreja para a pessoa de Cristo como o único
e suficiente salvador. Alertou que somos salvos pela graça por meio da fé, e
que nenhum outro sacrifício seria necessário. E ainda redescobriu na Palavra, a
doutrina do Sacerdócio Individual do Crente (Hb. 10: 19 a 21). E nos legou o
aprendizado de que só Deus, O SENHOR, deve receber a Glória e a Honra e o
Louvor da sua criação.
Sendo a Palavra
de Deus atual, e expressando a vontade de Deus para o seu povo, a mensagem
central da reforma, continuará presente, a alertar a igreja quanto à verdade da
Palavra e a centralidade de Cristo na vida do seu povo, povo que faz parte do
seu rebanho e obedece ao seu pastoreio. Lutero
não tinha a intenção de formar uma nova igreja, mas de conduzir a igreja da sua
época de volta para a Bíblia. A nova igreja nasceu por vontade e permissão
de Deus, e este deseja que continuemos em permanente reforma, sem que nunca nos
afastemos da Palavra, nem tiremos Cristo do centro das nossas decisões, ou
usurpemos a sua glória, nem tão pouco desejemos nos assentar no trono que só a
Ele pertence. Não deixe esse grito silenciar.
Rev. José Salvador Pereira
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