O texto acima transporta-nos a um
momento de extraordinária mudança para a humanidade, e em especial para os
discípulos de Jesus, o Cristo de Deus, que somente no instante do ecoar dessa
expressão tiveram a certeza de que nenhuma mudança seria perpetrada pelo Pai, nem
pelo Filho que acabara de inclinar a cabeça, ao pronunciar a sua ultima frase
para aquele momento. O consumatum est, parecia
o fim. Era entretanto, um sermão de uma
única frase. Uma despedida em duas palavras. Eram dois verbos exprimindo
a mais importante de todas as ações de Deus, em favor da humanidade inteira. Era
um aviso que dizia: A obra do Pai está completa. Certamente nem todos os
presentes àquele ato compreenderam ou mesmo aceitaram o fato, e se dependesse
deles, provavelmente aquilo não teria acontecido, mas era o querer do
Altíssimo... E, agora a cruz parecia silenciar para sempre.
Silenciando a cruz, o que seria de
nós? O mestre com os seus ensinos maravilhosos se fora, O líder de propostas
eternas, tão fascinantes quanto estarrecedoras, para o mundo, despedira-se em
definitivo, o plantador do novo reino, de paz e de esperanças, deixara
solitários os seus súditos. A voz da cruz parecia silenciar. Salvo-me do
desespero quando leio Mateus 27, que narra o episódio salvívico permitindo que
entendamos que ainda que a cruz tivesse
se calado, os céus continuavam dizendo – Jesus voltará, pois , o rasgar do véu
do santuário, as profundas trevas que cobriram toda a terra, o tremor da
terra, o fender das pedras, o abrir dos
sepulcros, de onde ressurgiram os santos, simplesmente confirmavam que a
vontade do Pai havia sido cumprida. E Ele não permaneceria sob o túmulo para
sempre. E a cruz ali decretava o silêncio da sua ignomínia, da crueldade infame
que até àquele instante imprimia sobre a humanidade, para depois, levantado
Cristo do túmulo, ressurgido de entre os mortos, essa cruz voltaria trazendo a
memorável mensagem de esperança e fé, não mais como “emblema de vergonha e dor” mas, como objeto de valor inestimável
que uma vez conduzida pelo fiel perseverante, proporcionará o mais importante
de todos os negócios feitos na terra dos viventes – o trocar a cruz por uma
coroa. (“Pois, um dia, em lugar de uma
cruz, a coroa Jesus me dará”) Conduzamos, pois, a nossa cruz, não
permitamos que as aflições, as tribulações, ou quaisquer investidas do inimigo
a silenciem. Deixemos que a cruz fale mais alto, não apenas por palavras, mas
através da nossa vida. Deus Seja Louvado!
Rev. José Salvador Pereira
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