quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O GRITO

Quase quinhentos anos depois, o grito de Wittenberg ainda ecoa pelos ares do mundo pós moderno, e ecoará entre as mentes e os corações que se debruçarem em conhecer e viver os desígnios de Deus, até que o SENHOR da igreja assim o determine.
A Reforma do século XVI foi deflagrada sem a preocupação de apontar nomes e líderes, ou tão pouco trazia a proposta de apresentar novidades doutrinárias, nem ainda criar uma nova escritura, muito menos uma verdade diversa da escritura conhecida apenas por alguns privilegiados.
Eram claros os destroços eclesiásticos que maculavam a fé, em nome de uma religião cujo interesse era obter o abraço do poder, pela manipulação de incautos fieis, onde a fé era negociada, o conceito de pecado era distorcido e o perdão era concedido de acordo com a expressão do poder de cada um.   E Se o resgate do pecado era feito pelo pagamento de indulgências, que eram abertamente comercializadas, onde ficaria a expiação de Cristo? Haveria necessidade de tal sacrifício? A leitura que se poderia fazer era de que cada vez mais, a igreja de então estava a distanciar-se da Palavra de Deus
Diante de tantas ocorrências claramente contrárias à Palavra, O Monge Martinho Lutero, não tenho dúvidas, incomodado e fortalecido pelo Espírito de Deus, e com base na Palavra, afixou na porta da catedral de Wittenberg ( Alemanha), em 31 de outubro de 1517, 95 teses para que houvesse conhecimento e certamente discussão publica do tema... Aquelas simples teses, com aparências de pequenas gotas, avolumaram-se de tal forma, que antes se imaginasse deflagrou-se num movimento de dimensões globais, de ondas gigantescas a cobrir a terra dos viventes, sem retorno, e de conseqüências inimagináveis.
A Reforma propunha-se a propagar a doutrina da justificação pela fé, já presente nas escrituras, não era coisa nova (Gl. 3: 10 a 14).
Aquele movimento do século XVI, que talvez para muitos seja considerado irrelevante, trouxe de volta a Autoridade da Palavra de Deus, abrindo-a ao conhecimento de todos, como única regra de fé e prática do povo de Deus. Resgatou a atenção da igreja para a pessoa de Cristo como o único e suficiente salvador. Alertou que somos salvos pela graça por meio da fé, e que nenhum outro sacrifício seria necessário. E ainda redescobriu na Palavra, a doutrina do Sacerdócio Individual do Crente (Hb. 10: 19 a 21). E nos legou o aprendizado de que só Deus, O SENHOR, deve receber a Glória e a Honra e o Louvor da sua criação.
Sendo a Palavra de Deus atual, e expressando a vontade de Deus para o seu povo, a mensagem central da reforma, continuará presente, a alertar a igreja quanto à verdade da Palavra e a centralidade de Cristo na vida do seu povo, povo que faz parte do seu rebanho e obedece ao seu pastoreio. Lutero não tinha a intenção de formar uma nova igreja, mas de conduzir a igreja da sua época de volta para a Bíblia. A nova igreja nasceu por vontade e permissão de Deus, e este deseja que continuemos em permanente reforma, sem que nunca nos afastemos da Palavra, nem tiremos Cristo do centro das nossas decisões, ou usurpemos a sua glória, nem tão pouco desejemos nos assentar no trono que só a Ele pertence. Não deixe esse grito silenciar.
Rev. José Salvador Pereira

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